domingo, 13 de outubro de 2013

TRISTEZA OU NOJO?

As duas coisas.

Tristeza é ver um homem prisioneiro da sua idade. Não se ser capaz de envelhecer com dignidade é coisa que a ninguém se deseja, para si ou para os outros.
Nojo é ver a imprensa a abusar do desvario dum velho, tratando-o como se ele ainda soubesse dizer duas seguidas com um mínimo de bom senso.
É verdade que de Mário Soares nunca se esperou grande coisa.
O homem foi comunista, socialista, meteu o socialismo na gaveta, tirou-o da gaveta, voltou a pô-lo, as suas tropelias chegaram ao ponto de lançar impostos retroactivos, apoiou o MPLA, apoiou a UNITA, achou que Macau era território chinês, deixou de achar, voltou a achar, sei lá.
A única explicação é que, para ele, o que está certo é o que lhe convém.
Na velhice, parece ter feito um caldo com isto tudo e ir buscar só os piores sentimentos que o animaram, pondo-os ao serviço de conveniência nenhuma, para além de se manter à tona com a ajuda de jornalistas de critérios abaixo do duvidoso.
O discurso é simples. Palavroso mas primário. Um discurso feito de ignorância e de ódio, o que é o que para aí há mais, mas, no caso dele e descontada a arterosclerose, é demagogia, e da mais grave.
Sabe-se que, nas palavras dos seus discípulos ( Pinto de Sousa e Seguro, por exemplo) e do BE, tudo tem evidentes soluções. É simples: acabar com a austeridade, aumentar os salários e as pensões, acabar com os bancos, etc. Há uma diferença, que, no caso, abona em favor do BE. É que Seguro, o oco, acha que faz isso tudo, e paga a dívida, o que é, evidentemente, uma contradição nos termos e uma aldrabice colossal. O BE não paga a dívida. Pelo menos, é mais sincero. Soares, esse, vai aos píncaros: a dívida não é para pagar. Nem sequer para “gerir”, como diria o “Engenheiro”. A Argentina não pagou e, na opinião do descalabro mental de Soares, nada se passou! Ai não que não passou!
Tudo para a cadeia! Grita o geronte. O “país inteiro odeia o governo”, vociferam os neurónios do homem em estertores de fim de era, a ver ao espelho o país inteiro. O país inteiro é ele!

Muitos mais dislates disse o idoso. Não valerá a pena tentar encontrar lá alguma coisa de jeito. Não vale a pena continuar.

É triste ver um tipo que, para além de tanta característica negativa, até revoltante, tinha o dom da inteligência, deixar-se arrastar, talvez para se sentir vivo, por caminhos que a tal inteligência nada devem.
É nojento ver a “informação” aproveitar-se das fraquesas de cada um para vender jornais.
 publicado por irritado 

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